10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos do Hemisfério Sul – 1ª Edição em Torres

O Cineclube Torres, nesta primeira semana de Junho, está trazendo para Torres a 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo, uma iniciativa de promoção da cultura e da educação em direitos humanos realizada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos com a produção do ICEM – Instituto Cultura em Movimento e parceria com o Ministério da Cultura e com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O circuito principal da Mostra aconteceu em todas as capitais do país e o Cineclube Torres foi novamente contemplado no âmbito do Circuito Difusão. Desde Segunda-Feira dia 30 de Maio, já estão sendo realizadas sessões diárias no Centro Municipal de Cultura, no turno da manhã, com alunos do 8º e 9º ano da rede municipal e estadual com a apresentação de um programa de 4 Curta Metragens. O programa integra os curtas: “Do Meu Lado” (2014) de Tarcísio Lara Puiati sobre diversidade religiosa e solidariedade; “O Plantador de Quiabos” (2010) do Coletivo Santa Madeira sobre a agricultura familiar e sociedade de consumo; o premiado “Eu Não Quero Voltar Sozinho” (2010) de Daniel Ribeiro sobre inclusão escolar e diversidade sexual; “A Visita” (2014) de- Leandro Corinto sobre família não tradicional e identidade de gênero. Antes de cada exibição é feita uma breve introdução sobre as obras e, após a sessão, está aberto um espaço de debate com as turmas presentes.

A Mostra terá como evento de encerramento a noite de Sábado dia 4 de Junho, às 19:30 com uma programação articulada e entrada franca: na abertura, um pocket show musical do artista plástico, músico e ecologista Jorge Herrmann, centrado num na temática dos direitos humanos. Na segunda parte será exibido o documentário “500 – Os bebês roubados pela Ditadura Argentina” (2013) filme dirigido por Alexandre Valenti: o filme conta a história das Avós de Praça de Maio na luta contra os arbítrios das ditaduras instaladas na América Latina e a favor da democracia, mostrando, inclusive, os reencontros dos netos com suas avós e familiares.

No intervalo, o Centro Ecológico apresentará um audiovisual e alguns produtos para degustação: alimentação, informação e meio ambiente equilibrado são também direitos humanos fundamentais. A produção de alimentos orgânicos respeita e promove esses direitos. Por isso, a ONG de assessoria técnica Centro Ecológico trabalha há mais de 30 anos para tornar possível, ao maior número de pessoas, o acesso ao conhecimento para produzir e consumir alimentos sem agrotóxicos.

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Toda a programação de Junho, nas habituais sessões de Segunda Feira, continuará vertendo sobre os Direitos Humanos, nas suas várias perspectivas, representadas por uma seleção de filmes internacionais.

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Segunda-Feira, 6 de Junho
Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h

A Janela da Frente (2003)

de Ferzan Özpetek – Itália

Giovanna é uma jovem mãe de duas crianças, que tem uma vida infeliz no casamento. Um dia Filippo, seu marido, acolhe em casa um velho que perdeu a memória e que guarda segredos da 2ª Guerra Mundial. A tentativa de ajudar o homem a recuperar sua identidade, abre o questionamento sobre a própria vida.
Grande sucesso de público na Itália, onde ganhou três prêmios David Di Donatello.

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Segunda-Feira, 13 de Junho
Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h

O Que Resta do Tempo (2009)

de Elia Suleiman – Palestina

Quatro episódios que marcaram a vida do pai do diretor Elia Suleiman, entre 1948 até os dias atuais. Neles é reconstituído, com a habitual ironia do autor, o cotidiano dos “árabes israelenses”, que optaram por permanecer em sua terra natal após a constituição do Estado de Israel, um estado com fronteiras arbitrárias, condenados a ser minoria e eternos cidadãos de segunda.

“O Que Resta do Tempo, como o anterior Intervenção Divina, é um filme em esquetes. Não há uma articulação dramática unindo uma seqüência à outra. O verdadeiro ligante das cenas é um mesmo sentimento que perpassa todas as épocas mostradas: um sentimento de violência latente, de repetição, de falta de projetos, de uma vida encerrada no presente, absorvida na tarefa de se amoldar ao cotidiano de um território ocupado.” Luiz Carlos Oliveira Jr. – Contracampo

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Segunda-Feira, 20 de Junho
Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h

“O Porto” (2011)
de Aki Kaurismaki – Finlândia

Marcel Marx é um escritor conhecido pela boemia que por vontade própria resolve se exilar na cidade portuária de Havre, onde passa a trabalhar como engraxate de sapatos. Ele leva uma vida tranquila ao lado da esposa Arletty, até o dia em que uma criança negra vinda da África surge em sua vida.

“Com O Porto, o diretor finlandês Aki Kaurismäki segue realizando suas pequenas paródias cartunescas sobre temas sérios, desta vez, uma película sobre o grande tema europeu do momento: a imigração. Filme de grande ironia, um certo chuta-balde descompromissado que olha com humor e alegria a situação mais desesperadora.”

Pedro Henrique Ferreira – Cinética

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Segunda-Feira, 27 de Junho
Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h

“O Sonho de Wadjda” (2013)
de Haifaa al-Mansour – Arábia Saudita

Wadjda tem dez anos de idade, e mora no subúrbio de Riade, a capital da Arábia Saudita. Ela é uma garota teimosa e cheia de vida, que gosta de brincar com os garotos. Um dia, após uma disputa com o amigo Abdullah, ela vê uma bela bicicleta verde à venda. Wadjda gostaria de comprar a bicicleta, para superar o colega em uma corrida, mas na sociedade conservadora onde vivem, garotas não podem dirigir carros ou bicicletas. Ela decide então fazer de tudo para conseguir o dinheiro sozinha.

Para realizar ‘O Sonho de Wadja’ na Arábia Saudita, a cineasta Haifaa al Mansour contou com um roteiro de qualidade mas teve de superar uma série de barreiras para poder concretizar seu projeto com sucesso: durante as filmagens das cenas externas tinha de se esconder atrás de seus assistentes homens e, em diversas ocasiões, foi obrigada a dirigir os atores à distância numa van, comunicando-se com toda a sua equipe por intermédio de um walkie-talkie. Tudo para não aparecer dando ordens em um set de filmagens, em meio a uma sociedade que ainda não reconhece os direitos femininos.