Após uma interrupção de mais de um ano e meio de atividades presenciais, devido à pandemia, mas também, em alguns momentos, à indisponibilidade de um espaço de exibição, o Cineclube Torres retoma as exibições públicas participando de uma programação dedicada ao Dia da Consciência Negra pela Secretaria de Cultura e Esporte do município, em parceria com outro Ponto de Cultura local, Ecos de Angola.
A atividade está prevista na quarta-feira, dia 17 de novembro, às 19:30 no salão do Museu Histórico de Torres (antiga prefeitura) e prevê a exibição do uma produção audiovisual do Ponto de Cultura Ecos de Angola, em homenagem a um grande Mestre da Cultura afro-brasileira em Torres, o longa metragem “Memórias de um Mestre Griô”, que traça o perfil de Júlio Marques de Souza, mais conhecido como Kunta Kintê, mestre da Escola de Capoeira Raízes do Sul, e figura seminal da cultura em Torres.
O documentário conta a chegada na cidade litorânea do Mestre Kunta, junto com a sua companheira Mestra Morena, e as recordações do percurso humano e artístico do Mestre, desde sua infância em Encruzilhada do Sul, até ao trabalho como mestre em Porto Alegre e nas comunidades próximas, numa jornada de estudos e trocas com outros mestres para aprofundar e perpetuar a Capoeira Angola.
No filme, a oralidade dos relatos e depoimentos são acompanhados por documentos em foto e vídeos de arquivo e pelas gravações de rodas de capoeira em vários locais de Torres, inclusive na sede do Ponto de Cultura Ecos de Angola. A realização do filme é da Escola de Capoeira Angola Raízes do Sul e do Centro Cultural Ecos de Angola, com produção de CM Jean Sarará e Treinel Sandro; fotografia, captação de imagens, roteiro e edição são da “Deriva – Jornalismo e Fotodocumentarismo”.
O mestre Kunta estará presente na sessão para o debate com o público presente e para receber a devida homenagem.
Esta sessão marca o regresso das exibições do Cineclube Torres numa sala pública, no caso no salão do Museu Histórico de Torres, em resultado de uma longa luta da associação para conseguir a utilização deste espaço, uma luta que começou antes da pandemia, com o fechamento do Auditório José António Picoral, e que se deu por sucessivos ofícios e reuniões com os responsáveis pela cultura do município. O salão do museu representa, desde o final de 2019, o único espaço cultural público para eventos, embora de pequeno porte, pela capacidade de público limitada.
O edifício do Museu Histórico, que deveria estar recebendo algumas melhorias com verbas oriundas de uma emenda da parlamentar Maria do Rosário, ficou de momento com suas obras paralisadas e agora a esperança passa pela participação do município num edital estadual, que termina no dia 16, para ter acesso a verbas necessárias para sua completa revitalização.
Mas, independentemente de receber ou não esse aporte externo, é urgente e necessário que o edifício do Museu obtenha a verba suficiente e possa ver realizada a almejada reforma e readequação, após anos de quase total abandono: o edifício, um dos mais relevantes da histórica “Rua de Baixo” (Rua Júlio de Castilhos), o extenso acervo museológico e a população de Torres merecem esta atenção à cultura.
Serviço:
O que:
Exibição do filme “Memórias de um Mestre Griô” integrada à Semana da Consciência Negra em Torres
Onde:
Museu Histórico de Torres, Rua Júlio de Castilhos 702 (edifício da antiga prefeitura).
Quando:
Quarta-feira, dia 17/11, às 19:30.
Ingressos:
Entrada Franca, até lotação do local, com comprovante de vacinação (2 doses).