Novembro Negro

20 de Novembro é o Dia da Consciência Negra, instituído por lei no âmbito nacional só em 2011, mas foi em 1971, que um dos fundadores do Grupo Palmares declarava o 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, como a data máxima da comunidade negra brasileira: este idealizador era Oliveira Silveira, pesquisador, poeta e historiador gaúcho.

Nas palavras de Naiara Rodrigues Silveira, filha única de Oliveira Silveira, “O Dia da Consciência Negra veio exatamente para marcar uma tomada de consciência de quem nós somos, através do fortalecimento de nossa identidade. Ainda não temos muito para comemorar, embora o Movimento Negro Gaúcho seja um dos mais atuantes do país. Temos muito a conquistar no campo da equidade e igualdade de oportunidades. Enquanto não chegamos lá, devemos comemorar o Dia da Consciência Negra, levando nossa resistência, mas também nossa cultura, que é a base da cultura brasileira”.

Como todas as atividades do Cineclube Torres, a entrada é franca e o debate após o filme é sempre bem vindo.

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Segunda-Feira 2 de Novembro

Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h00

Orfeu Negro (1959)

de Marcel Camus

Orfeu Negro é o único filme brasileiro a ter ganhado o Oscar de melhor filme estrangeiro, embora tenha sido uma coprodução ítalo-franco-brasileira. Foi dirigido por Marcel Camus e com roteiro adaptado por Camus e Jacques Viot a partir da peça teatral Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, por sua vez inspirada numa história da mitologia grega clássica, Orfeu e Eurídice. A trilha sonora acreditada a Tom Jobim e Luís Bonfá inclui também Vinícius, Antônio Maria e Agostinho dos Santos, que interpreta a música-tema de Orfeu, “Manhã de Carnaval”.

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Segunda-Feira 9 de Novembro

Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h00

Cartola – Música para os Olhos (2006)

de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda

O documentário “Cartola – Música para os Olhos” é um documentário brasileiro, filmado com recursos digitais que por meio de imagens de arquivo e depoimentos, ilustra a vida do sambista Cartola, um dos compositores mais admirados da música brasileira e como legítimo sucessor de Machado de Assis em sua importância para a cultura carioca e brasileira. Quem espera uma clássica cinebiografia restará decepcionado: o filme é construído numa colagem criativa, coerente com o espírito vibrante e inquieto do Mangue Beat, movimento cultural surgido em Pernambuco nos anos 90.

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Segunda-Feira 16 de Novembro

Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h00

De Passagem (2003)

de Ricardo Elias

O filme entrelaça dois momentos bem distintos e marcantes na vida de três jovens da periferia paulistana: Jefferson e Washington são irmãos e amigos de Kennedy desde crianças, mas enquanto Jefferson entra no colégio militar no Rio de Janeiro, Washigton e Kennedy entram para o tráfico de drogas. De repente uma tragédia trás na lembrança um acontecimento importante do passado. O filme recebeu os prêmios de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro e Prêmio da Crítica no 31º Festival de Gramado em 2003.

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Segunda-Feira 23 de Novembro

Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h00

Quase Dois Irmãos (2004)

de Lúcia Murat

Lucia Murat, autora de “Que Bom Te Ver Viva” exibido no Cineclube Torres durante a amostra de Cinema e Direitos Humanos em Março, volta à temática dos horrores da ditadura militar no Brasil, desta vez numa história de uma amizade que perdura ao longo de várias décadas. Miguel é um senador que decide encontrar o Jorge, poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro. De origens diferentes, tem em comum uma antiga amizade e a triste experiência de detenção durante a década de 70, na prisão de Ilha Grande, onde os prisioneiros políticos e presos comuns dividiam o mesmo espaço.

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Segunda-Feira 30 de Novembro

Centro Municipal de Cultura de Torres – 20h00

Cafundó (2005)

de Cacá Bueno e Paulo Betti.

Cafundó é inspirado em um personagem real saído das senzalas do século XIX, um tropeiro, ex-escravo, que deslumbrado com o mundo em transformação e desesperado para viver nele, escolhe o caminho da religiosidade e da fé. Rodado em locações de belíssimo patrimônio natural e histórico nas cidades da Lapa, Ponta Grossa, Paranaguá e Antonina no estado do Paraná e em São Paulo, é um filme exuberante pelas suas imagens, roteiro, cenários e figurinos.

Produção e organização:

Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

CNPJ 15.324.175/0001-21

Produtor Cultural Estadual n. 4917